Carta Mensal - Março 2025
- Auro Capital
- há 7 dias
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O mês de março foi marcado pelo aumento das tensões no comércio internacional, com a expectativa — posteriormente confirmada — do anúncio de tarifas de importação pelo governo Trump. Além disso, o Federal Reserve sinalizou uma pausa na trajetória de cortes de juros, diante das incertezas do cenário econômico. O banco central americano destacou que o impacto inflacionário das tarifas deve ser pontual, concentrado no momento do repasse de preços, porém, com efeitos negativos sobre o consumo e o crescimento econômico no médio prazo.
Diante desse contexto, os mercados reagiram de forma negativa. O índice S&P 500 da Bolsa americana caiu 5,8% no mês, acumulando perda de 4,6% no ano. A aversão ao risco aumentou ainda mais nos primeiros dias de abril, após novas tarifas, bem acima do esperado, elevarem a volatilidade nos mercados globais.
Na direção oposta, a Europa vem se destacando de forma positiva, impulsionada por medidas de estímulo fiscal e aumento dos investimentos em defesa, especialmente na Alemanha. As bolsas europeias acumulam valorização de 9,9% no ano.
No Brasil, o cenário político ganhou destaque com a queda na aprovação do governo e o aumento das especulações eleitorais. O governo anunciou uma série de programas de estímulo econômico, incluindo: crédito consignado privado, liberação de saques do FGTS, programa Pé-de-Meia, nova faixa do Minha Casa Minha Vida e uma proposta de isenção de Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil mensais.
Essas medidas devem impulsionar o consumo e o crescimento, com projeção de alta de 2% no PIB de 2025. No entanto, também pressionam a inflação, que pode fechar o ano em 5,65%, bem acima da meta de 3%. Com isso, o Banco Central deverá manter os juros elevados por mais tempo. Atualmente a Selic está em 14,25% ao ano.
A bolsa brasileira teve desempenho expressivo no mês, com alta de 6,1%, beneficiada tanto pela agenda doméstica quanto pela realocação de capital internacional diante da turbulência nos EUA.
Diante desse cenário de incertezas globais e reposicionamento das políticas econômicas, seguimos com uma postura conservadora nas carteiras, evitando movimentos mais relevantes até que o ambiente volte a apresentar maior clareza. A maioria das carteiras segue com baixa ou nenhuma exposição a renda variável, tanto no Brasil quanto no exterior.
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