Agosto foi marcado pelo aumento das taxas de juros de longo prazo nos EUA. Este é um dos mais importantes ativos financeiros globais e que gera impactos na grande maioria dos investimentos nos outros países. Este aumento de juros reduziu o apetite dos investidores para os ativos de risco, gerando quedas nas bolsas de forma geral: -1,8% nos EUA e -4,2% na Europa.
A China teve mais uma onda de preocupações com o desenvolvimento da sua economia. Há uma insuficiência de estímulos para uma recuperação econômica e vários riscos no alavancado mercado imobiliário. A junção dos efeitos de juros americanos e preocupações na China fez com que a bolsa brasileira se desvalorizasse 5,1% no mês e os títulos atrelados à inflação variassem -0,4%.
No Brasil, os embates entre executivo e legislativo continuaram intensos, com a agenda de aumento de impostos pretendida pelo Ministro da Fazenda encontrando resistências para aprovação no Congresso. A visão de consenso do mercado indica que o arcabouço fiscal reduziu riscos maiores de descontrole da dívida pública brasileira, porém não parece que todos os ganhos de arrecadação esperados pelo governo Lula irão se concretizar no próximo período.
Do lado positivo, temos uma boa perspectiva do PIB (estimativa de aumentos de 2,9% em 2023 e 1,8% em 2024) e a manutenção do desemprego em patamares baixos, gerando renda e crescimento. A inflação também se encontra sob controle e em linha com a redução esperada, apesar de estar acima da meta deste ano. A estabilização da inflação de serviços tem sido o ponto positivo da queda do IPCA, porém, do lado negativo, há riscos devido a combustíveis e do efeito do El Niño na parte agrícola.
Sobre os ativos investidos nas carteiras da Auro, os fundos de renda fixa pós-fixados de crédito corporativo continuam em ótima recuperação de rentabilidade após o efeito das Lojas Americanas no início do ano. Do lado negativo, os fundos multimercados sofreram perdas no mês. O cenário de melhoria gradual no Brasil estimula um pouco mais de risco nas carteiras, porém as incertezas nas maiores economias globais indicam que ainda devemos ter cautela.
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